MST LAMENTA A MORTE FERNANDO HEREDIA MARTINEZ
Internacionalista, contribuiu com a reflexão e a formação de milhares de estudantes em toda América Latina
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra manifesta seu profundo pesar pela perda de nosso professor, companheiro e amigo Fernando Heredia Martinez neste dia 12 de junho.
Filósofo, ocupou o cargo de diretor da Faculdade de Filosofia de Havana até 1971, foi diretor-fundador da revista Pensamento Crítico, entre 1967 e 1971, e autor de diversos livros, entre eles, “Che, el socialismo y el comunismo”, pelo qual recebeu o Premio Extraordinário da Casa de las Américas, em 1989.
Militante do MR-26 e fundador do Partido Comunista Cubano, Heredia fez jus em vida a expressão “intelectual orgânico”, pois dedicou seus estudos e reflexões aos problemas concretos e eminentes da realidade cubana, latino-americana e mundial.
Internacionalista, contribuiu com a reflexão e a formação de milhares de estudantes em toda América Latina. Tivemos o prazer de tê-lo entre os professores de nossa Escola Nacional Florestan Fernandes por vezes e com ele aprendemos de que deveríamos nos “apropriar dos conceitos da teoria revolucionária com rigor para aplica-los de modo criativo”.
Nos despedimos fisicamente de Heredia, mas seu legado seguirá presente conosco, inspirando nossas reflexões e lutas, nos animando diante dos desafios deste tempo histórico. Nos despedimos, recordando suas palavras:
“Para os revolucionários, e durante os processos de revolução, há momentos felizes e processos felizes, mas nas revoluções verdadeiras não há conjunturas fáceis. Quando parecem fáceis, é somente porque não nos demos conta de suas dificuldades. E é assim por que estas revoluções, as que amamos e pelas que estamos dispostos a tudo, são as iniciativas mais audazes e arriscadas dos seres humanos, que empreendem transformações prodigiosas libertadoras das pessoas e das relações sociais, em tal grau, que nunca mais queiram, nem possam, voltar a viada vez mais liberdade e justiça, onde entre todos se almeje cambiar o mundo e a vida. Quer dizer, criar pessoas e realidades novas”
Direção Nacional do MST, 12 de junho de 2017.
FERNANDO MARTINEZ HEREDIA, PRESENTE! ESCOLA NACIONAL FLORESTAN FERNANDES
Mais um grande que se foi
Na madrugada do dia 12de junho de 2017 perdemos mais um dos grandes e destacados intelectuais e revolucionários do nosso tempo. A notícia da partida físicade Fernando Martínez Heredia nos impactou e encheu o nosso coração de tristeza.
Queremos neste momento de dor enviar nosso mais fraterno abraço ao povo cubano e a seus familiares em especial sua companheira de todas as trincheiras, nossaqueridaEsther Perez.
Fernando Martínez Herediamorreu aos 78 anos de idade e ainda nos fará muita falta, mas com certeza foi com seu dever cumprido. Foi um autentico revolucionário desde a sua juventude, destacado professor, doutor em direito, sociólogo, ensaísta e historiador, foi o principal construtor de um pensamento critico cubano e latino-americano. Sua coerência politica e intelectual o transformou em um dos principais e mais respeitados pensadores marxista da atualidade.
Portador de profundos valores como a humildade e a solidariedade fez com que gerações de cubanos pudessem construir dentro do socialismo uma reflexão séria e profunda sobre o processo revolucionário em Cuba.
Profundo investigador da realidade Cubana e latino-americana, nunca mediu esforços para contribuir na formação de uma geração mais jovem de revolucionários comprometidos com as lutas sociais na AméricaLatina e no mundo. Com a rebeldia característica de todo cubano enfrentava o debate tradicional de forma critica e defendia o marxismo com seu rigor e o aplicava na realidade do seu tempo histórico.
Fernando foi investigador em diversas universidades e centros de estudos em Cuba e em outros países, além de participar como professor convidado em muitas ocasiões em espaços internacionais. Recebeu reconhecimentos importantes em Cuba por sua extensa e exitosa trajetória como educador revolucionário, entre eles o Premio Ensaio Casa das Américas e o Premio Nacional de Ciências Sociais. Foi diretor da Revista Pensamento Critico, membro do Comitê Nacional da União de Escritores e Artistas de Cuba e entre outras funções, atualmente era diretor do Instituto Cubano de Investigação Cultural Juan Marinello e presidente da cátedra Antônio Gramsci neste instituto.
Visitou inúmeras vezes as experiências do MST e sempre qualificou a luta do Movimento como importante para o fortalecimento dos processos de luta e enfrentamento na América latina.
Foi professor da Escola Nacional Florestan Fernandes em diversas ocasiões onde trouxe para o Movimento as suas contribuições sobre a necessidade da formação politica ideológica como ferramenta imprescindível no processo de transformação social.
Podemos considerar que Fernando, além de eminente professor e companheiro, foi um grande amigo do MST, nunca negou nenhum convite a pedido do Movimento, exceto em condições de enfermidade quando estava proibido viajar.
Em cuba contribuiu com a formação politica da Brigada do MST, apontando questões profundas nas reflexões sobre o socialismo. Inculcou-nos uma verdadeira ética revolucionaria. Os encontros com Fernando Martínez Heredia, sempre foram de grande aprendizado na construção de um novo ser humanocarregado de valores humanistas e socialistas.
Sentimos a sua partida física, mas é nosso dever como militantes revolucionários continuar o seu legado historiode“dedicar seu tempo no que faz ser útil e sacrificar-se se está comprometido de verdade com o mundo em que vive e a sociedade que o formou”. Muitos de nós tivemos a sorte depoder ter conhecido e convivido com um dos mais destacados combatente da batalha de ideias!
Guararema 12 de junho de 2017
Coletivo de educadores y estudiantes de la ESCOLA NACIONAL FLORESTAN FERNANDES, aonde Fernando esteve varias vezes dando aulas.
TEXTO UTILIZADO EN LA MISTICA DE LA MANANA DEL 12 DE JUNIO EN LA ESCUELA NACIONAL
¿ Le legaremos algo a Fernando?
Hoy en la mañana en la escuela Florestan Fernandez del MST Judite me llama en el receso y me dice: tengo que darte una mala noticia…ha muerto Heredia. Quedé perdido sin saber hacia dónde dirigirme, no tenia a mis compañeras y compañeros para llorar y abrazarnos. No podria ir al mar a echar otro yate Granma como hicimos al morir Fidel. Me pasó como en aquella película que Fernando mismo una vez me contó. En un pueblo dan a conocer que ha muerto el camarada Lenin y el maestro de la escuela se pone a llorar desconsoladamente, solo él sabe quién ha muerto. Aquí muchas personas sí conocen a Fernando pero como intelectual y otras no han sabido de su obra porque ha sido omitida por ser de esas herejías que te obligan a estar despierto todas las madrugadas. Me vino a la mente la conversacion para siempre aplazada que debíamos tener mientras en tono de broma me decía que no podía perderme su sazon. Recuerdo en una ocasión que alguien hablaba de Lezama para atacar un argumento que yo daba sobre algo: me miró se sonrió, y de inmediato agarró el micrófono para disertar sobre Lezama y defenderme como esos padres de fuego que no pueden ver como le hieren a un hijo. Hablo por mi pero sé que mis amistades tienen ejemplos como este de sobra.
¿Cual es el legado de Fernando para todas y todos los que le asumimos como nuestro conductor?
Fernando era nuestro refugio revolucionario y nuestro impulso espiritual. Era también nuestro escudo silencioso en medio del desconcierto que imponen las burocracias abyectas y el imperialismo travestido de diplomacia y chevrolet impalas. Vendrán tiempos de hornos como debe ser en las revoluciones permanentes, y las revolucionarias y revolucionarios que nos resistimos a construir un paraíso en las faldas de un volcan tendremos que estar dispuestos a ir hacia el socialismo por el fango. Una revolución más grande que nosotros mismos es lo que tenemos que seguir haciendo y no escondernos porque nadie hace una revolución para esconderse. Levantarnos con Fidel, por el comunismo y ser los bolcheviques y el 26 de julio de esta epoca, esa es la orden que dejó Fernando en su práctica revolucionaria de toda la vida. Él sabia que la tendríamos más difícil como dijo en una ocasión a un compañero nuestro. Cuando entré al curso: el marxismo de Marx, recuerdo a Alexis un profesor de Historia que nos decia: cuando vi este curso me pregunté, si este es el marxismo de Marx cuál fue el que a mi me enseñaron? No sabia que esas horas tremendas con Fernando cambiarían nuestras vidas, él mismo, muchas veces nos dijo que no se había repuesto de aquella intensidad. ¿Q fuerza era aquella tremenda que lo hacía venir cargado de libros y anotaciones aun cuando en el aula hubiéramos quedado 6 estudiantes? Después lo supimos Fernando en aquellos días y en toda su vida nos estaba dando un lugar para pelear. Si uno lo estudia y asume el compromiso verdadero con su práctica revolucionaria, no queda más remedio que ser comunista.
¿Seremos tan malos que no le legaremos nada a Fernando?
Josué Veloz Serrade
Participante del encuentro de formadores latinoamericanos, desde el CMLK/Cuba
NOTA DE PESAR E SOLIDARIEDADE – FERNANDO MARTÍNEZ HEREDIA. CEPIS
Com grande tristeza recebemos a notícia do falecimento do nosso amigo e companheiro Fernando Martínez Heredia, hoje, 12 de junho de 2017.
Em tempos de golpes no Brasil e de ofensiva do Império em toda América Latina e Caribe, homenagear Fernando Heredia é um dever e uma inspiração para resistência.
Fernando Heredia desde muito jovem participou na luta pela derrubada de Batista e na construção da Revolução Cubana. É um destacado intelectual, marxista latino americano e colaborador dos processos revolucionários na América Latina. Homenageá-lo é também reafirmar o compromisso com a Revolução Cubana e com a construção da Revolução Brasileira.Conhecemos Heredia no final dos anos 80, no bojo de diversas lutas nacionais e internacionais. Como alguns dos muitos frutos dessa relação fomos apresentados ao Centro Martin Luther King, trabalhamos conjuntamente na Revista América Livre e Heredia pôde contribuir em diversos seminários e estudos junto aos movimentos populares no Brasil.
Heredia nos inspira dia a dia em nosso trabalho, pelo seu compromisso com a educação popular, com o trabalho junto ao povo, com a formação política e a permanente convicção de um projeto socialista de sociedade.
Com toda nossa solidariedade à família, amigos e amigas de Cuba, nos despedimos de nosso amigo e companheiro.
Fernando Martínez Heredia, presente!
CEPIS – Centro de Educação Popular do Instituto Sedes Sapientiae
Sao paulo-Brasil
NOSSO AMIGO FERNANDO. JULIANA BONASSA FARIA
Nós tivemos o enorme privilégio de um dia e por muito tempo estarmos nos pensamentos e nas roucas palavras do professor Heredia. O MST, era para Fernando Martínez Heredia um exemplo, que gerava muitas histórias, estórias e possibilidades de análise. Esse cubano, de voz marcante, de pensamento profundo e de prática inquietante foi o primeiro intelectual orgânico que realmente conheci. Quando digo conheci, é porque pude me aproximar de muitas formas. Pela leitura de seus textos, pelas aulas, por estórias que contavam amigos e professores, pelos encontros em sua casa e de sua querida companheira Esther e depois pelas vivências e provocações políticas do movimento estudantil em Santiago de Cuba.
Fernando sempre será para mim um dos grandes exemplos do que mais aprendi a admirar em nossa querida Pequena Grande Ilha: os/as cubanos/as. Nele pude reconhecer a resistência; a preocupação cotidiana com o que virá; o orgulho em cada passagem da longa e notável história da Revolução Cubana; as piadas sem fim; a alegria muitas vezes amargurada; e, entender a cultura como arma fundamental de um povo.
Um ser humano de alma e prática guerrilheira. Não se calou quando o fundamental era falar. Não se acomodou quando essa parecia ser a única saída. Não esperou sorrisos em momentos em que a firmeza era vital. Manteve a paixão pela luta nos olhos e em sua práxis cotidiana. Fernando Martinez Heredia é e sempre será um fruto da Revolução Cubana. Essa Revolução que nesse triste dia 12 de junho de 2017 ficou mais quieta. Porém, como esse nosso amigo Fernando não veio ao mundo a passeio, teremos as obras, as estórias vividas com ele, as provocações revolucionárias. E por isso, temos o compromisso de manter viva a ousadia guerrilheira do nosso grande mestre lutador Fernando Martínez Heredia.
VIVA CUBA LIBRE! SIEMPRE!
Juliana Bonassa Faria
Fue coordinadora de la brigada del MST em Cuba